BASÍLICA

No lugar onde encontrou a imagem da Virgem de Nazaré, Plácido construiu uma palhoça, em 1700, logo transformada em centro de devoção.

Em 1721, quando o primeiro bispo do Pará, Dom Bartolomeu do Pilar, foi visitar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré na ermida construída por Plácido, aconselhou-o a se unir ao político e devoto Antônio Agostinho, para ajudá-lo a erguer uma nova capela. Foi dessa ermida que saiu o primeiro Círio em 1793. Após a chegada desse primeiro Círio, foi lançada a pedra fundamental da terceira ermida.

Em 11 de outubro de 1861, foi criada, canonicamente, a Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, mas dependia do Vigário da Igreja da Santíssima Trindade.

Em 21 de agosto de 1903, chegaram a Belém os padres Barnabitas, sendo que, em 03 de fevereiro de 1905, passaram a administrar a Igreja de Nazaré.

Em 1908, chegou ao Pará o padre Luiz Zoia, visitador dos Barnabitas, e propôs, como planta geral, uma reprodução em escala menor da Basílica de São Paulo em Roma.

Padre Luiz Zoia, auxiliado pelos arquitetos italianos Ginno Coppede e Giuseppe Pedrasso, de Gênova, tratou dos esboços e desenhos.

Diretor das obras, organizador, expedidor das plantas e dos materiais da Itália, o padre Zoia foi, durante dois decênios, a alma da construção.

Na parte de decoração teve o apoio do professor Grolla e, depois, dos engenheiros Tiago Bolla, Acatauassú Nunes e Júlio Topino, com os técnicos da MARMIFERA LIGURE (italiana).

Em 24 de outubro de 1909 foi colocada a pedra fundamental da Basílica por Dom Santino Coutinho, arcebispo do Pará. Estavam presentes o governador Augusto Montenegro, o prefeito Antônio Lemos e as demais autoridades, sendo o vigário, padre Emílio Richert, quem deu grande impulso à obra.

Em setembro de 1914 foi colocada a cumeeira. Em 1916 estavam concluídas a cripta, as paredes e o telhado, além da torre.

Em 19 de junho de 1923, o templo recebeu de Roma o título de Basílica.

Em 15 de agosto de 1923 foi inaugurado o Altar-Mor, com o padre Afonso Di Giorgio celebrando suas bodas de Prata Sacerdotal.

O segundo impulso foi do padre Afonso Di Giorgio, adicionando os vitrais, os forros, os mosaicos, as estátuas, os altares, os estofamentos, a fachada, as portas de bronze e outros adornos, como também concluindo o revestimento e embelezamento da obra, até o ano de sua morte, em 1962.

Padre Afonso Di Giorgio, o barnabita que fez da Basílica a maravilha do Pará.

Pelo estilo basilical e imponência do monumeto, metade da Basílica assenta-se sobre uma cripta, exigida para a elevação do terreno como proteção contra umidade.

As linhas arquitetônicas da Basílica Santuário de Nazaré apresentam o estilo romano, bem como a decoração interna e externa.

O frontão triangular apresenta grande painel feito em mosaicos pela firma Gianese de Veneza, onde a imagem de Nossa Senhora de Nazaré aparece no meio do cenário amazônico, sendo notável, no canto direito, as figuras do fundador da cidade e personalidades de era antigas, junto às do prefeito e do governador da época da inauguração, em trajes modernos (paletó).

Na bacia do Ábside, limitada por um arco romano, temos uma faixa em mosaico de ouro de um metro de altura, onde aparecem, entre folhas e flores, sete brasões: Pio XI (no centro), Brasil, Pará, Belém, Barnabitas (PTA), Dom Santino Coutinho (1º Bispo do Pará) e Dom Irineu Jofily.

A Basílica tem 62 metros de comprimento, 24 metros de largura e 20 metros de altura, 2 torres com 42 metros de altura, 36 colunas de puro granito maciço, 54 vitrais (da firma Champigneulle, de Paris), 38 medalhões em mosaico de 1,5 metro de diâmetro, 19 estátuas do mais puro mármores de Carrara, 2 candelabros de bronze (vindos de Milão), 24 lampadários venezianos, 9 sinos eletrônicos, um órgão (com três teclados e 1.100 tubos) e 11 altares.

Em 1992, a Basílica foi colocada entre as mais belas construções tombadas pelo Patrimônio Histórico do Pará.

SANTUÁRIO DE NAZARÉ 

Na religião Católica é consid­erado um Santuário a Igreja frequentada por fiéis vindos de outras regiões atraídos por algo que existe especificamente naquele Templo. Assim, a Basílica Santuário de Nazaré foi oficializada Santuário e recebeu o título de Santuário Maria­no da Arquidiocese de Belém, em 31 de maio de 2006, pelo então Arcebi­spo Metropolitano de Belém Dom Orani João Tempesta, e teve como reitor o barnabita padre José Ramos das Mercês.

Esse título veio para a Basílica de Nazaré devido realizar diversos ser­viços espirituais e socias, e também por receber vários romeiros, pregri­nos e diversas pessoas que vêm à Belém agradecer e/ou fazer um pe­dido à Nossa Senhora de Nazaré, principalmente durante o Círio de Nazaré, a maior procissão religiosa brasileira.

Segundo padre Ramos, desde que o caboclo paraense Plácido José de Souza encontrou em 1700 a peque­na imagem, de 28 cm, da Virgem de Nazaré, já era considerado natural­mente o local como santuário. “De­pois que Plácido encontrou a imagem, a casa dele e as capelas construídas próximas do local do achado, onde se tem hoje a Basílica Santuário de Nazaré, tornaram-se meta de visi­tação e romarias, transformando o local sagrado em uma espécie de ‘santuário natural’”, disse.

 

ALTARES:

Lado direito de quem entra:

  • Altar dos Santos: Lázaro, Basileu, Judas, Sebastião e Marcos;
  • São Miguel Arcanjo;
  • Santo Antônio;
  • Santo Antonio Maria Zaccaria; e
  • Nossa Senhora do Brasil (fundos)

 

Lado esquerda de quem entra:

  • Altar das Santas: Tereza, Luzia, Filomena, Catarina e Rita
  • Santa Terezinha
  • São José
  • Nossa Senhora das Dores
  • Sagrado Coração de Jesus (fundos)

           

Centro:

  • Altar-Mor
  • Capela dos restos mortais do padre Afonso Di Giorgio – lado direito de quem entra
  • Batistério – lado esquerdo de quem entra
  • As principais passagens da vida de Nossa Senhora, inclusive aparições, em uma coleção de 38 medalhões em mosaicos redondos que dão volta à Igreja
  • E, para completar, a história do Círio em 10 vitrais colocados no transcepto, contando desde o início da devoção em Portugal até o Círio do Pará

 

Vitrais:

  • Monge abade romano – doação da Diretoria da Festa (1919)
  • Dom Fuas Roupinho – doação do Banco Ultramarino (1919)
  • Plácido encontra a imagem – doação da Diretoria da Festa (1919)
  • A cabana de Plácido – doação da Família Dacier Lobato
  • A Ermida de Antônio Agostinho – doação do Dr. Osvaldo Barbosa
  • A Igreja de Taipa – doação da Família Dacier Lobato
  • O 1º Círio – doação de Albino Fonseca
  • Milagre do barco – doação da Família Pombo
  • Matriz em alvenaria / 1884 – doação do Cel. Porphyrio Miranda
  • O Círio com a Berlinda – doação de Miranda Lobato e Dubec Lobato de Miranda

 

As linhas arquitetônicas tendem para o centro religioso e artístico da Igreja, que é a Capela-Mor. Aqui se impõe a massa compacta do Altar do Santíssimo Sacramento, de stilo liberty em contraluz; o Glória (um bloco de 15.640 quilos de mármore estatuário de Carrara); os dois anjos em mármore de estilo barroco; um conjunto para emoldurar a pequenina estátua de Nossa Senhora, onde domina o mosaico do Lar de Nazaré, na bacia do abside; mais em cima, o coração de Maria inspirado  na arte renascentista do Frei Angélico.

O Glória, em puro mármore de Carrara, é obra do escultor italiano Antonio Bozzano e seu filho Augusto.

Cada altar, cada virtual, cada mosaico, cada estátua, cada arco leva um nome, recordação perene daquele devoto que contribuiu para embelezar o seu templo.

As portas foram confeccionadas em bronze pel matalúrgica Éberle: em detalhes de alto-relevo em bronze, a Rainha dos Profetas e a Rainha da Paz.

Possui lampadário veneziano de estilo romântico.

O batistério é um ajóia de arquitetura renascentista.

Teto em cedro vermelho, obra de artista paraense onde se destaca o Brasão das Armas dos Padres Barnabitas.

Elegância e sobriedade de estuques (perícia de especialistas espanhóis), mármore nos corredores e Sacristia com ambiente de inspiração romana, tendo ao centro o tabernáculo de linhas barrocas.

Sinos: dos 09 sinos existentes na Basílica, o maior deles fica na torre à direita, ao lado do quartel, e pesa 2,8 tone., medindo 1,80 metro de diâmetro.

Os demais ficam na torre de esquerda.

Cada sino tem a imagem e o nome de padroeiro para cada nota musical:

LÁ: São José

MI: Sagrado Coração de Jesus

RÉ: Imaculada Conceição

FÁ: São Miguel

SOL: São Gabriel

SI: São Joaquim

DÓ: Sant´Ana

RÉ: Santa Rosa de Lima

RÉ: Santa Isabel

É o conjunto de sinos mais antigo e completo do país, movimentado através de um console. Cantos sacros disponíveis: Ave Maria de Lourdes, Ave Maria de Fátima, Madona Marne, Cristo Vence, Eia Povo Devoto, Fiéis, Acorramos, Noite Feliz, Fazei de Hosana, Vinde Cristãos.

 

6 Respostas to “Basílica de Nazaré”

  1. Parabéns Edenice Pereira, muito boa a explanação do tema.

  2. Judite Nascimento said

    Muito bom Edenice! Belo trabalho, linda a maneira como você cuida da história de nossa terra! Deus a abençoe!

  3. dellome said

    Vocês nao fazem referência a um vitrail (deve existir outros na Basilica) realizado pela conhecida firma francesa Champigneulle. Este vitrail representa Jesus expulsando os profanadores do templo. Justamente eu procuro informaçoes sobre a existência de arquivos deste ateliê de vitrail que forneceu obras para o Brasil, Portugal e Costa Rica. Teriam eles fornecido bem mais coisas para as capitais amazônicas no final do século XIX ou inicio do século XX? um abraço
    Valéria Dellome

  4. José Elivaldo said

    muito bonita a história da Basilica, como católico fico muito feliz, confesso q não sabia de tudo isso.

  5. Rodrigo said

    Parabéns pelas descrições.
    Salve Maria mil vezes!

  6. Raimunda de Jesus said

    Parabéns e obrigada pelo belíssimo trabalho de publicação e pelo interesse em publicar belíssima obra.

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